LÓGICAS DE TRANSFORMAÇÃO NA FILOSOFIA FRANCESA CONTEMPORÂNEA

ANO/SEMESTRE: 2013/2 PLANO DE DISCIPLINA

LÓGICAS DE TRANSFORMAÇÃO NA FILOSOFIA FRANCESA CONTEMPORÂNEA

PROFESSOR: Dr. Norman R. Madarasz

CRÉDITOS: 3   CARGA HORÁRIA: 45h    EMENTA O que eram -- o que são -- os principais conceitos da filosofia francesa contemporânea? Para que campo de problemas, de análises e de coerências, esta denominação tangencialmente histórica, remete-se? Nesta disciplina, se propõe a organizar os conceitos de corte epistemológica, alteridade, diferença, microfísica, multiplicidade e acontecimento como pertencentes a toda uma serie de transformações, ou mais especificamente de lógicas de transformação. Este seminário visa a estabelecer o perfil deste campo filosófico em movimento, cada vez mais em excesso da sua delimitação pelo tema do contemporâneo, e cujas formas mais recentes se concentram nos conceitos de multiplicidade e na construção de sistemas. No meio deste pensamento, encontra-se aprofundada a noção de mudança e de transformação por meio de um pensamento de sistema em cuja extensão se apresenta a ideia de processo, as estratégias para integrá-la, e com, se inscreve na relação entre lógica clássica e não clássicas. OBJETIVO Esta cadeira visa à análise da produção filosofia na França em torno dos conceitos de transformação e de seleção, e suas consequências sobre a ética e a filosofia política. Visa mais especificamente à análise do projeto de uma ciência de transformação estrutural dos estados de vivência social que são de interesse para a filosofia. A ontologia criada por Alain Badiou e expressada na sua forma definitiva na obra L’ÊTRE ET L’ÉVÉNEMENT (1988; trad. bras. 1995) apresenta uma das mais importantes realizações desta ambição. No sistema de Badiou, encontramos uma ontologia formal do surgimento não dialético de novas formas de subjetividade. Mas este sistema refuta, integra e se justapõe a uma serie de teses variadas sobre a transformação, indo da fenomenologia dita naturalizada de J. Petitot até o estruturalismo formal de Lévi-Strauss. Portanto, se propõe a explorar as lógicas de transformação ética, política, estética e cognitiva, envolvidas em novas manifestações de subjetividade, e novas prescrições socioeconômicas. CONTEÚDO: Análise das lógicas de transformação na filosofia francesa contemporânea (Sartre, Lévi-Strauss, Althusser, Lacan, Foucault, Fanon, Derrida, Rancière, Badiou, Castoriadis, Gauchet) e em tradições vinculadas (Kuhn, Butler, Negri/Hardt) a partir dos textos originais em francês, e nas traduções, quando disponíveis, em português. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: As aulas serão expositivas, baseadas na seleção e na indicação de textos específicos e/ou documentos audiovisuais sobre o tema central. Serão convidados alguns pesquisadores de outros cursos da PUCRS (FAMECOS, FALE) para aprofundar as perspectivas variadas neste tema fundamental da filosofia francesa contemporânea PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: A disciplina será estruturada em forma de seminário, e incluirá apresentações dos discentes. A avaliação será completada com a redação de um “paper” a partir da apresentação feita à turma e da discussão que foi despertada. Uma nota de participação será contemplada, quando pertinente. BIBLIOGRAFIA BÁSICA: .AGAMBEN, G. (2009), O que é contemporâneo, e outros ensaios. Trad. Vinícius Nicastro Honesko. Chapeco, SC: Ed. Argos. .ALTHUSSER, L. “Materialismo histórico e materialismo dialético”, in A. Badiou, L. Althusser, (1979) Materialismo histórico e materialismo dialético. São Paulo: Global Editora. .BADIOU, A. Abrégé de métapolitique. Paris: Éditions du Seuil, 1998. [Trad. Portuguesa : Compendium de metapolitica.]          .L’Aventure de la philosophie française contemporaine. Paris: Ed. De la Fabrique, 2012.         .L’Etre et l’événement. Paris: Éditions du Seuil, 1988. [Trad. Brasileira : O Ser e o evento.] .FOUCAULT, M. As Palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fonte. .MANIGLIER, P. (org) (2011). Le Moment philosophique des années 1960 en France. Paris: PUF. .RANCIÈRE, J. (1995) O Desentendimento. São Paulo: Editorai 34.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL 

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO 

COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO 

DISCIPLINA: 1503M-04 

SEMINÁRIOS DE OBRAS FILOSÓFICAS (MODERNA) 

CRÉDITOS: 04 

HORAS-AULA: 60h 

2013.1 

Prof. Norman R. Madarasz

EMENTA

A disciplina examinará, neste semestre, a Monadologia de Leibniz, e o Capital Livro. 1 de K. Marx. Embora curta, a obra de Leibniz será analisada enquanto realização de um sistema filosófico baseado em três pilares: metafísica, biologia e matemática. Por outro lado, o Capital faz retorno com força após a crise financeira internacional desencadeada em 2008, tanto como ilustre exemplo ainda impactante de filosofia prática, quanto numa nova tradução, fruto dos cuidados rigorosos de Boitempo Editorial.

OBJETIVOS

Introduzir o aluno ao conhecimento do sistema de harmonia preestabelecida de Leibniz, e à filosofia do materialismo dialético de Marx.

PROGRAMA

I. Introdução: a filosofia como sistema.
II. O contexto teórico e histórico da filosofia de Leibniz.
III. Análise da Monadologia e a sua estrutura: a relação com a pesquisa lógica e psicológica de Leibniz.
IV. Apresentação de linhas de pesquisa contemporânea a partir de Leibniz e a questão do "racionalismo" de Leibniz.
V. O contexto teórico e histórico do pensamento filosófico, econômico e político de Karl Marx.
VI. Análise filosófica detalhada de Das Kapital, livro. 1.
VII. Impacto de Das Kapital sobre a filosofia.

METODOLOGIA

Aulas expositivas acompanhadas de leitura, interpretação e discussão de textos pelos alunos. Uso de documentos audiovisuais.

AVALIAÇÃO

O grau final resultará da média de P1 (prova individual sem consulta) e P2 (média dos trabalhos realizados em aula: apresentação e redação de 5 a 7 páginas). Critérios de avaliação: clareza, coerência argumentativa e qualidade de redação.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

. Leibiz, Princípios da filosofia, ou a Monadologia. Lisboa: Casa da Moeda, 1992.

.MARX, K. O Capital. Crítica da economia política. Vol. 1. Trad. R. Enderle. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013. [Embora a nova tradução seja a nosso foco, também poder-se-ia usar a tradução de 1988, da Editora Nova Cultural, na series Os Economistas.]


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

. DELEUZE, G. A Dobra: Leibniz e o Barroco. Campinas, SP: Papirus, 1989.

. HARVEY, D. Para entender O Capital de Marx. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.

.HEINRICH, M. Introduction to the three volumes of Marx’s Capital. Trans. Alexander Locascio. Albany NY: New York University Press,

.MOREIRA, V. Leibniz e a Linguagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.

. RANCIERE, J. A Noite dos proletariados. Arquivos do sono operário. Lisboa: Antígona, 2012.

. SERRES, M. Le Système de Leibniz et ses modèles mathématiques. Paris: PUF, 1968.

LINKS

LEIBNIZ: www.leibnizbrasil.pro.br

MARX: http://www.marxists.org/portugues/marx/

CRONOGRAMA

8/03/2013 Apresentação da disciplina

15/03/2013 Leibniz e a Monadologia (Biografia; Prop. 1-10)

22/03/2013 Leibniz Monadologia Prop. 11-30

29/03/2013 Sexta-feira santa

5/04/2013 Leibniz Monadologia Prop. 31-70

12/04/2013 Leibniz Monadologia Pro. 71-90(e comunicações de alunos)

19/04/2013 Leibniz: 1ª PROVA ESCRITA

26/04/2013 Apresentação do pensamento de Karl Marx: a sua filosofia e O Capital

3/05/2013 Questão/respostas de EAD-Fórum: Marx: O Capital, livro 1: Secções 1-2

10/05/2013 Marx: O Capital, vol. 1: Secção 1. (Cap. 1-3)

17/05/2013 Marx: O Capital, vol. 1: Secção 2.( Cap. 4)

24/05/2013 Marx: O Capital, vol. 1 Secção  3 (Cap. 5-6)
31/05/2013 Questão/respostas de EAD-Fórum Secção  3 (Cap. 8)

7/06/2013 Marx: O Capital, vol. 1 Secção IV
14/06/2013 Marx: O Capital, vol. 1 Secção VII

21/06/2013 2ª PROVA ESCRITA

28/06/2013 Divulgação da nota e Prova Especial
5/07/2013 Prova de recuperação G2

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO

DISCIPLINA: 1503U-04 

CIENCIA E SOCIEDADE

HORAS-AULA: 60h

Creditos: 04

2013.1

Prof. Norman Roland Madarasz

EMENTA

Estudo filosófico da relevância que as relações sociais, papeis sociais e instituições têm para o conhecimento. Compreensão da organização social do labor cognitivo. Reflexão sobre a ciência como atividade social. Avaliação do relativismo epistemológico.

OBJETIVOS

• Introduzir a discussão contemporânea sobre filosofia da ciência, discurso científico e epistemologia.
• Discutir a relevância que as relações sociais, papéis sociais e instituições têm para o conhecimento.
• Compreender a organização social do labor cognitivo.
• Apresentar a relação entre os discursos das ciências exatas, das ciências institucionais e das ciências sociais.
• Avaliar a natureza e a possibilidade do relativismo epistemológico.
• Introduzir a crítica da visão universalista da ciência por perspectivas culturais, sexuais e étnicas.

PROGRAMA

1. Introdução: filosofia, epistemologia, ciência, mídia e sociedade
2. A noção de revolução cientifica
3. A fundamentação epistemológica das ciências sociais no estruturalismo francês
4. Verdade, fato, valor e relativismo
5. A ciência além do humanismo
6. Filosofia analítica e a ciência
7. Filosofia da ciência e neurofilosofia
8. As ciências sociais e a história

METODOLOGIA

Aulas expositivas acompanhadas de leitura, interpretação e discussão de textos pelos alunos. Uso de documentos audiovisuais.

AVALIAÇÃO

O grau final resultará da média de P1 (2 provas individuais sem consulta) e P2 (média dos trabalhos realizados em aula: apresentação e redação de 5 a 7 páginas). Critérios de avaliação: clareza, coerência argumentativa e qualidade de redação.

RECURSOS

Blog: http://normanmadarasz.blogspot.com.br

: Links, clips de youtube (documentários), material suplementar de leitura e pesquisa e atualização do cronograma.

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA

. BADIOU, Alain. Manifesto pela filosofia. Rio de Janeiro: A Outra, 1991.

. FOUCAULT, M. As Palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fonte, 2002. 

  DELEUZE, G. "Em que se pode reconhecer o estruturalismo", in F. Châtelet, História da filosofia.  
     vol. 8. 1972.

. DELEUZE, G. A Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva, 1975.

. HACKING, Ian. Ontologia histórica. Trad. por Leila Mendes. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2009.

. KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 1996.

. KUHN, Thomas. O Caminho desde A Estrutura. Ensaios filosóficos. São Paulo: UNESP, 2006.

. LATOUR, B. As Políticas da natureza: como fazer ciência na democracia. Florianópolis SC: EDUSC, 2004.

. LEVY, P. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996.

. PUTNAM, H. Renovar a filosofia. Lisboa: Instituto Piaget, 1998.

. SEARLE, J. Mente, Filosofia e Linguagem: Filosofia no mundo real. Trad. F. Rangel. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

. VIVEIROS DE CASTRO, E. A Inconstância da alma selvagem, e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

CRONOGRAMA
5/03/2013 Apresentação da disciplina
12/03/2013 A filosofia, a epistemologia e a ciência
                   Bibliografia: T. Kuhn, A Estrutura das revoluções científicas: capítulos 1-4.
19/03/2013 A estrutura das revoluções cientificas e seu impacto sobre a filosofia e a ciência
                  Bibliografia: T. Kuhn, A Estrutura das revoluções científicas (resto)
26/03/2013 O estruturalismo francês: a filosofia continental da ciência
                  Bibliografia: G. Deleuze, "Em que se pode reconhecer o estruturalismo?"
                                    J. Lacan, "A Ciência e a verdade", in Escritos.
2/04/2013 G. Deleuze. Reversão do realismo platônico.
                  Bibliografia: G. Deleuze, Lógica do sentido: capítulo 1, 8; Apendice 1: Platão e o simulacro
9/04/2013 Michel Foucault e a arqueologia das ciências humanas
                 Filme: Foucault por ele mesmo.
                 Bibliografia: M. Foucault, As Palavras e as coisas: capítulo 1 e último.
16/04/2013 Badiou: a ciência como condição da filosofia
                 Bibliografia: Manifesto pela filosofia (inteiro)
23/04/2013 Bruno Latour: ciência e política
                 Bibliografia: Políticas da natureza: como fazer ciência na democracia.
                       http://antropologias.descentro.org/files/downloads/2010/08/LATOURBruno._Polticas-da-Natureza.pdf
30/04/2012 1ª PROVA ESCRITA
7/05/2013 Pierre Lévy e o Virtual
14/05/2013 O Virtual (2) e o Manifesto Ciborgue (Olga Nancy)
21/05/2013 Hilary Putnam: renovando a filosofia (Lucas)
28/05/2013 Filosofia, ciência e sociedade brasileira: Viveiros de Castro e o perspectivismo ameríndio
                         Viveiros de Castro, E. Introdução ao Pensamento Indígena. 2ª. Parte.
                          Direção: Arruda e Santiago. Produção: Materialismo(s), 2012.

                           http://pensamentoindigena.fiapo.me/video/54541330
4/06/2013 Comunicação: Ciência e técnica no pensamento póscolonialista Eduardo

11/06/2013 Comunicações de alunos: Moyses.e Eduardo
18/06/2013 Revisão
25/06/2013 2ª PROVA ESCRITA
2/07/2013 Divulgação da nota e Prova Especial
9/07/2013 Prova de recuperação P2